Briefing: Nicotine for Policymakers pt
Documento produzido por Clive Bates, The Counterfactual, Maio 2025 www.clivebates.com
Traduzido para o português por Alexandro Lucian, Maio 2025
www.vaporaqui.net
Briefing: Nicotina para formuladores de políticas
Resumo e principais percepções
●A nicotina é o principal agente psicoativo no tabaco e nos sistemas alternativos de fornecimento de
nicotina (ANDS do inglês Alternative Nicotine Delivery Systems) – vapes, sachês, tabaco aquecido e sem
combustão). É um estimulante que produz sensações subjetivas de prazer, reduz o estresse e a
ansiedade e melhora aspectos da função cognitiva. Seu uso pode fazer com que as pessoas se sintam
melhor e sintam que funcionam melhor. A nicotina não causa efeitos típicos de drogas como
intoxicação, torpor, alucinações ou violência. Ela também pode ter benefícios terapêuticos, mostrando
potencial para algumas doenças inflamatórias, TDAH e doença de Parkinson, entre outras.
●Os aspectos subjetivamente percebidos como positivos do uso da nicotina explicam em grande parte
por que as pessoas a utilizam. No entanto, essas recompensas podem se consolidar em dependência.
Com o tempo, a abstinência e o desejo reforçam o uso da nicotina. Embora a nicotina possa
proporcionar alívio imediato do estresse, seu impacto geral pode aumentar os níveis de estresse
fisiológica e psicologicamente devido ao ciclo de uso, alívio e abstinência.
●O uso de nicotina é desproporcionalmente prevalente entre sub-populações mais pobres,
marginalizadas ou de outra forma desfavorecidas. A nicotina provavelmente interage com níveis
elevados de estresse nesses grupos.
●Não há uma resposta simples para a pergunta: A nicotina é viciante? Isso depende das características do
usuário, da via de administração e da definição de “vício”, que é um termo impreciso e estigmatizante.
O vício geralmente se refere a um comportamento compulsivo que persiste mesmo diante de danos
significativos ao usuário. O tabagismo se encaixa nessa definição, mas o uso de ANDS pode não se
encaixar. É melhor pensar na dependência ou vício em nicotina como uma constelação emergente de
comportamentos com consequências para o indivíduo, em vez de uma propriedade intrínseca de uma
molécula, dispositivo ou líquido.
●A nicotina não é uma causa direta significativa de doenças relacionadas ao tabagismo. Dezenas de
outras substâncias químicas perigosas e potencialmente perigosas que se formam no processo de
combustão e constituem as partículas e gases da fumaça do tabaco são, em grande parte, as
responsáveis pelas doenças causadas pelo fumo.
●A nicotina isolada é muito menos prejudicial do que o tabagismo, mas não é totalmente inofensiva. Ela
não causa câncer, doenças cardíacas ou pulmonares, mas pode aumentar riscos em pessoas com
tumores ou condições cardiovasculares preexistentes. O tabagismo causa desfechos gestacionais
negativos, mas a nicotina provavelmente não é a principal causa. A nicotina causa vasoconstrição
periférica, o que pode levar à redução do peso ao nascer e à doença arterial periférica em adultos.
●A nicotina é o principal motivo pelo qual as pessoas usam tabaco ou ANDS, e o uso desses produtos
deve ser compreendido como um comportamento de busca de nicotina. Dentro de limites amplos, é ousuário, não o produto, quem determina a dose. Os usuários geralmente regulam sua ingestão para
corresponder a um nível preferido de absorção de nicotina. Esquemas regulatórios que tentam
controlar a ingestão de nicotina por meio de restrições no design do produto provavelmente não terão
sucesso, pois os usuários ajustam sua ingestão para atingir os níveis desejados, resultando em
“compensação” (uso mais intenso do produto) ou troca de produtos de nicotina caso a compensação
não seja possível.
●Assim como outras substâncias psicoativas – álcool, cafeína, cannabis etc. – a demanda por nicotina
provavelmente não desaparecerá, mesmo com leis punitivas. A demanda é impulsionada
principalmente pelos benefícios reais ou percebidos experimentados pelos usuários e, para algumas
pessoas, pelo esforço necessário para parar.
●O principal fator dissuasivo do uso da nicotina, os múltiplos danos à saúde e ao bem-estar decorrentes
do tabagismo, é significativamente reduzido nos sistemas alternativos de fornecimento de nicotina sem
fumaça. O fator dissuasivo secundário são os efeitos de políticas destinadas a controlar o tabagismo,
como altos impostos. Para alternativas substancialmente mais seguras, esse fator dissuasivo também
deve ser significativamente reduzido. É possível, portanto, que o uso de nicotina pela sociedade como
um todo aumente, embora os danos totais associados ao uso da nicotina diminuam substancialmente.
O que é nicotina?
O que é nicotina? A nicotina¹ é um alcaloide de ocorrência natural presente na planta do tabaco, na qual
atua como um inseticida botânico. Também pode ser produzida sinteticamente. A nicotina também está
presente em chá, pimentões, tomates, batatas, couve-flor e berinjela², embora a exposição dietética seja
muito menor do que por meio do uso do tabaco e não tenha um efeito psicoativo perceptível³. Os humanos
consomem deliberadamente a nicotina, seja através de cachimbos, charutos, mastigação, aspiração ou
cigarros, há mais de 12.000 anos⁴. Nos níveis intencionalmente consumidos por usuários de tabaco ou ANDS,
a nicotina não é venenosa. Para os humanos, ela funciona como uma substância psicoativa⁵, atuando tanto
como estimulante quanto como ansiolítico (isto é, com efeitos calmantes sobre a ansiedade).
Diferentemente de muitas drogas de abuso, a nicotina não leva a efeitos agudos e frequentemente
prejudiciais como intoxicação, violência, torpor, paranoia, desorientação, perda de controle ou alucinações.
No entanto, o uso da nicotina proporciona recompensa psicoativa e efeitos reforçadores. A tolerância aos
efeitos aversivos iniciais em usuários inexperientes se desenvolve rapidamente, o que frequentemente leva à
dependência e a sintomas desagradáveis de abstinência após a interrupção do uso.
Como a nicotina funciona como droga? Quando o tabaco é fumado, sugado ou mascado, a nicotina é
liberada do tabaco e entra no sangue por meio da cavidade oral, vias aéreas, pulmões ou passagens nasais, e
depois segue para o cérebro através da circulação arterial. A nicotina se liga a receptores no cérebro para
liberar vários neurotransmissores, mais notavelmente a dopamina⁶ e a adrenalina⁷. Essas interações
produzem sensações de prazer⁸, aumento do estado de alerta⁹, melhora da função cognitiva¹⁰ ¹¹ e regulação
do humor, como redução do estresse e da ansiedade¹² ¹³. Por exemplo, uma pesquisa conduzida pelo
Programa Intramural de Pesquisa do Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos EUA concluiu:¹⁴
Encontramos efeitos positivos significativos da nicotina ou do tabagismo em seis domínios:
motricidade fina, atenção de alerta, precisão e tempo de resposta (RT) da atenção, orientação
da atenção RT, precisão da memória episódica de curto prazo e tempo de resposta da memória
de trabalho.
Essa gama de efeitos positivos subjetivos é importante para explicar por que há demanda pela nicotina —
para algumas pessoas, o uso da nicotina pode fazê-las se sentir ou funcionar melhor. Essa observação não
deve ser entendida como um endosso ao uso da nicotina ou uma recomendação, mas sim como umaexplicação. Essa variedade de efeitos também forma a base da recompensa e reforço que leva alguns
usuários a experimentar dependência e sintomas adversos de abstinência quando param¹⁵ ¹⁶.
Efeitos terapêuticos da nicotina. Em algumas circunstâncias, a nicotina pode ter efeitos anti-inflamatórios ou
regulatórios com potenciais benefícios terapêuticos na prevenção, tratamento ou alívio dos sintomas de
certas doenças. Esses casos podem incluir doença de Parkinson¹⁷ ¹⁸, colite ulcerativa¹⁹ ²⁰, TDAH²¹ ²² ²³ ²⁴ e
psicose²⁵ ²⁶ ²⁷ ²⁸ ²⁹. Fumantes apresentaram menor probabilidade de contrair COVID-19, sugerindo um
possível efeito protetor³⁰ ³¹. No entanto, não está claro se isso se deve à nicotina, a algum outro componente
da fumaça ou a um artefato estatístico. Grande parte da discussão sobre os efeitos terapêuticos tem sido
feita com cautela, devido à preocupação justificável de que isso possa incentivar o tabagismo, e muitas vezes
as pesquisas são sugestivas, mas não conclusivas, ou apresentam uma direção ambígua de causalidade. O
tabaco e os ANDS não são medicamentos e não devem ser usados para tratar essas condições como
alternativa à supervisão médica. No entanto, algumas pessoas podem estar usando nicotina
subconscientemente para automedicação ou para aliviar sintomas decorrentes dessas condições. Esta é uma
explicação, não uma recomendação.
Quem usa nicotina? O uso de tabaco ou nicotina não é uniformemente distribuído em toda a população em
qualquer faixa etária. Ele é impulsionado por vários fatores genéticos e psicossociais (características do
indivíduo e de seu contexto familiar e social)³². Um estudo identificou noventa e oito preditores distintos
para o início do tabagismo³³:
Um risco aumentado de início do tabagismo foi consistentemente (ou seja, em quatro ou mais
estudos) associado à idade/série escolar mais elevada, menor status socioeconômico, baixo
desempenho acadêmico, busca de sensações ou rebeldia, intenção de fumar no futuro,
receptividade a esforços de promoção do tabaco, suscetibilidade ao tabagismo, familiares
fumantes, ter amigos que fumam e exposição a filmes.
O uso de nicotina é desproporcionalmente prevalente entre aqueles que enfrentam algum tipo de estresse,
desvantagem, pertencem a minorias, estão marginalizados ou têm histórico desafiador, como negligência ou
abuso³⁴ ³⁵ ³⁶ ³⁷ ³⁸ ³⁹ ⁴⁰. O uso sustentado de nicotina nessas populações pode ser uma resposta ao estresse
vivido como consequência dessas disparidades⁴¹. Com o tempo, o cérebro se adapta ao uso de nicotina,
exigindo doses mais altas para alcançar o mesmo efeito calmante, o que pode levar à dependência. Além
disso, os sintomas de abstinência associados à nicotina, como desejo intenso, irritabilidade, ansiedade e
dificuldade de concentração, contribuem ainda mais para o estresse quando os níveis de nicotina no sangue
caem. Assim, embora a nicotina possa proporcionar alívio imediato do estresse, seu impacto geral é o de
aumentar os níveis de estresse fisiológica e psicologicamente devido ao ciclo de dependência e abstinência.
Nicotina e vício
A nicotina é viciante? Nem sempre. O vício em nicotina é um comportamento com consequências adversas
para o indivíduo, em vez de uma propriedade universal da molécula de nicotina. A maior parte do que
sabemos sobre a nicotina vem de estudos sobre o comportamento de fumar. No caso do tabagismo, existe
uma justificativa clara para parar, a fim de evitar prejuízos significativos à saúde e ao bem-estar. No entanto,
quando há muito menos dano, a motivação para parar é provavelmente menor, e as consequências de não
parar são reduzidas. Por isso, as definições de vício tendem a enfatizar o uso compulsivo e prejudicial, e é
necessário cuidado ao definir termos como “vício” (ver abaixo). É por isso que tratamos a cafeína e nossa
necessidade de café pela manhã de forma diferente — podemos ser dependentes, mas ela não causa muito
dano⁴². Se a nicotina é viciante depende da definição usada, das características do usuário (por exemplo,
genética, estresse ou outros fatores que aumentam a intensidade do uso), do padrão de uso do usuário, e dométodo de administração da nicotina.
Definições de vício. Se a nicotina é “viciante” também depende, crucialmente, da definição escolhida para o
termo “vício”. Este é um termo carregado e estigmatizante, e frequentemente usado de forma imprecisa⁴³. A
maioria das definições formais de vício exige não apenas uso dependente e compulsivo, mas também danos
significativos ao usuário⁴⁴. Por exemplo, a definição de vício usada na Addiction Ontology é a seguinte⁴⁵:
Uma disposição mental para episódios repetidos de níveis anormalmente altos de motivação
para se engajar em um comportamento, adquirida como resultado do engajamento no
comportamento, onde esse comportamento resulta em risco ou ocorrência de dano líquido
grave.
O Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos EUA (NIDA) também inclui consequências adversas em sua
definição⁴⁶ ⁴⁷:
O vício é uma doença crônica caracterizada pela busca e uso compulsivo de drogas, ou difícil de
controlar, apesar das consequências prejudiciais.
A Associação Psiquiátrica Americana prefere o título mais clinicamente preciso de transtorno por uso de
substâncias (SUD) em vez de vício⁴⁸:
O transtorno por uso de substâncias (SUD) é uma condição complexa na qual há uso
descontrolado de uma substância, apesar das consequências prejudiciais. Pessoas com SUD
têm um foco intenso – às vezes chamado de vício – no uso de uma ou mais substâncias, como
álcool, tabaco ou outras substâncias psicoativas, a ponto de sua capacidade de funcionar no
dia a dia ficar comprometida.
Transtorno por uso de substâncias. Na psiquiatria, o termo “vício” foi amplamente substituído pelo conceito
mais nuançado de transtorno por uso de substâncias, que considera diferentes dimensões do dano. O
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta Edição (DSM-5), da Associação Psiquiátrica
Americana, refere-se ao transtorno por uso de substâncias (SUD), incluindo o transtorno por uso de tabaco⁴⁹.
Os transtornos por uso de substâncias são avaliados com base em onze critérios⁵⁰, que cobrem quatro
categorias gerais de problema: controle prejudicado, problemas sociais, uso arriscado e dependência física. O
transtorno por uso de substâncias é classificado de leve a grave, de acordo com o número de critérios
atendidos. O transtorno por uso de substâncias grave, envolvendo seis ou mais critérios, às vezes é
considerado equivalente, em termos clínicos, ao termo mais coloquial “vício”⁵¹ ⁵². O uso da nicotina
geralmente não causa controle prejudicado ou problemas sociais, e sua periculosidade depende fortemente
do tipo de produto utilizado.
A importância do dano na saúde pública. A menos que haja dano significativo ao usuário, à sua família, a
terceiros ou à sociedade em geral, o argumento para uma intervenção de saúde pública para lidar com
qualquer forma de uso de substâncias ou comportamento compulsivo é bastante reduzido. Em sua definição
de “vício”, a Addiction Ontology fornece o seguinte raciocínio:
Esta entidade foca na motivação anormal para se engajar em um comportamento e inclui dano
líquido grave como característica. A razão é limitar a classificação a coisas que justificam um
tratamento e resposta de saúde pública. É uma entidade quantitativa e um conjunto difuso,
pois podem haver diferentes limiares para o grau de dano e intensidade da motivação. Como
resultado, é essencial operacionalizar o termo para que ele seja significativo.
Esse entendimento deve direcionar recursos para a cessação do tabagismo, e também o reconhecimento deque a “cessação do vaping” provavelmente não é um uso custo-efetivo de fundos públicos ou filantrópicos.
Todos os sistemas de saúde fazem racionamento de alguma forma, e gastar os recursos marginais com
cessação do tabagismo ou outras intervenções com melhor custo-benefício em termos de resultados de
saúde por dólar gasto sempre será melhor.
Outros reforçadores. Embora a nicotina seja o agente psicoativo essencial na fumaça do cigarro, existem
outros, incluindo, por exemplo, inibidores da monoamina oxidase (IMAO) encontrados na fumaça. Os IMAOs
inibem a ação da enzima monoamina oxidase, que degrada dopamina e outras monoaminas como a
serotonina, fazendo com que elas se acumulem e persistam por mais tempo, aumentando os efeitos
psicoativos da nicotina⁵³. Isso pode ser uma consideração importante para explicar as diferenças no potencial
de formação de dependência entre diferentes produtos de tabaco e nicotina. O reforço não é apenas
químico; ele também pode ser impulsionado por rituais comportamentais e gatilhos ambientais⁵⁴ ⁵⁵, ou
marketing⁵⁶ ⁵⁷.
Nicotina e potencial de abuso – o dilema do regulador. O uso da nicotina tende a ser mais fortemente
reforçador quando os níveis de nicotina aumentam rapidamente e atingem um nível alto no cérebro, criando
um pico ou “bolus”. O transporte da nicotina à medida que ela é absorvida pelo corpo e levada ao cérebro é
conhecido como farmacocinética, frequentemente abreviado como PK. O perfil PK (a velocidade com que
aumenta, o nível máximo atingido) é determinado principalmente por três fatores interativos:
1. a via de administração (por exemplo, por inalação, absorção pela boca ou através da pele);
2. as características do produto ou dispositivo (por exemplo, concentração de nicotina, tamanho da
partícula, pH);
3. as características individuais do usuário (por exemplo, frequência e profundidade das tragadas para
produtos inalados ou tempo de uso para produtos orais, que podem refletir a força de sua
motivação para usar nicotina).
Potencial de abuso é um conceito usado por reguladores para lidar com a preocupação de que os usuários
possam se tornar dependentes de um produto terapêutico. Para a nicotina, os estudos de farmacocinética
são frequentemente utilizados para caracterizar o potencial de abuso. No entanto, isso pode representar um
dilema ao avaliar alternativas de risco reduzido baseadas no consumo, como vapes ou sachês. O perfil PK
também pode refletir sua eficácia como substitutos do cigarro, correspondendo ao perfil PK experimentado
como recompensa pelos fumantes. Reguladores farmacêuticos geralmente exigiram que os fabricantes de
terapias de reposição de nicotina (NRT) mantivessem o potencial de abuso baixo, mas isso provavelmente
tornou os NRT menos eficazes para a cessação do tabagismo⁵⁸ ⁵⁹ ⁶⁰.
O desafio de regular a exposição à nicotina
Os usuários controlam sua exposição à nicotina, e isso pode levar a efeitos contra intuitivos. Não é
surpresa que os consumidores de álcool controlem a quantidade que consomem, bebendo volumes maiores
de cerveja e volumes menores de uísque para atingir a mesma ingestão de álcool. Os bebedores fazem isso
por meio de goles mais profundos e frequentes de cerveja e de goles pequenos de uísque. Para facilitar isso,
a cerveja é servida em copos maiores e geralmente sem canudo, para não restringir o fluxo. Há equivalentes
para a nicotina: os usuários controlam ou “titulam” sua ingestão de nicotina variando a profundidade e
frequência das tragadas (conhecido como “topografia de tragadas”) e escolhendo produtos que facilitem a
exposição desejada sem esforço excessivo. Isso cria um efeito conhecido como “compensação”, no qual os
usuários ajustam seu comportamento em resposta a mudanças na disponibilidade da nicotina⁶¹ ⁶². Por
exemplo, reduzir a concentração de nicotina pode levar a uma maior inalação de aerossol para alcançar a
mesma exposição.Tentativas de medir e regular a entrega de nicotina. Várias abordagens para caracterizar e regular a
exposição à nicotina foram propostas. Como discutido abaixo, elas podem ser ineficazes, enganosas ou até
contraproducentes.
● Rendimento de nicotina. Essa abordagem foi comum até os anos 2000, quando se tornou
impossível ignorar suas falhas. O rendimento de nicotina é uma medida da quantidade de nicotina
emitida pelo produto durante o uso, sob regimes padronizados de fumo com uma máquina de
fumar⁶³. O rendimento é a massa de nicotina retida em um filtro, relatada em mg por cigarro,
normalmente entre 0,1 e 3,0 mg por unidade⁶⁴. O desafio é que as pessoas ajustam seu
comportamento de fumar (“compensação”) para obter a nicotina desejada (“titulação”)⁶⁵ ⁶⁶, e isso
varia enormemente entre indivíduos e por fatores como raça⁶⁷, genética⁶⁸ e condição
socioeconômica⁶⁹. Além disso, as indústrias de tabaco projetaram cigarros para apresentar baixa
emissão de alcatrão e nicotina nas máquinas, mas com facilidade de compensação pelo usuário, por
exemplo, incluindo orifícios de ventilação no filtro que podiam ser bloqueados facilmente. Isso levou
à falsa sensação de segurança dos cigarros “light” e “mild”, que exploravam preocupações de saúde
dos fumantes sem reduzir de fato o risco⁷⁰ ⁷¹.
● Teor de nicotina no tabaco. Existem propostas para controlar o potencial de dependência dos
cigarros ou do tabaco limitando a concentração de nicotina presente no próprio tabaco⁷² ⁷³. A
desnicotinização é viável e pode ser alcançada por meio de modificação genética ou pela redução
química da nicotina a um nível “sub-dependente”, ou a níveis tão baixos que inviabilizam a
compensação. A principal questão de saúde é como os usuários responderão aos padrões
obrigatórios de baixo teor de nicotina: Eles vão parar de fumar, passarão a fumar cigarros de nicotina
muito baixa, vão migrar para produtos de nicotina mais seguros, buscarão cigarros de nicotina no
mercado ilegal ou encontrarão formas de contornar as regras? Remover a maior parte da nicotina
dos cigarros equivale, na prática, a proibir os cigarros — tal como a maioria das pessoas os utilizam.
Essa proibição de fato apresentaria uma série de desafios que reguladores e legisladores precisam
considerar com cuidado. Isso inclui aceitação pública, especialmente entre os afetados,impacto na
agricultura e nas cadeias de suprimento, aplicação da lei, corrupção e efeitos comunitários, comércio
ilícito e perda de arrecadação tributária.
● Concentração de nicotina em e-líquidos. A União Europeia estabelece uma concentração máxima
de nicotina para e-líquidos de 20 mg/ml (cerca de 2% em volume)⁷⁴, e essa abordagem regulatória
foi adotada em outras jurisdições⁷⁵. A questão envolve tanto a aceitação pelos consumidores quanto
a compensação pelo usuário: as pessoas consomem volumes maiores de líquidos mais fracos para
atingir a dose de nicotina preferida. No entanto, isso pode aumentar a exposição a contaminantes e
a produtos tóxicos da decomposição térmica — sem alterar significativamente sua exposição à
nicotina⁷⁶ ⁷⁷.
● Fluxo de nicotina. Essa medida avalia a taxa de fluxo de nicotina emitida por um produto (por
exemplo, microgramas de nicotina por segundo de tragada)⁷⁸ ⁷⁹. Embora seja destinada a servir
como um indicador da entrega de nicotina, os parâmetros que definem o fluxo de nicotina não
capturam todos os fatores que determinam a entrega efetiva de nicotina ao usuário. O principal
desafio é que o usuário controla esse fluxo ao variar a frequência, profundidade e duração das
tragadas. Os proponentes desse método sugerem limitar o efeito do comportamento do usuário
tornando os dispositivos de ENDS (sistemas eletrônicos de entrega de nicotina) semelhantes a
produtos com dose medida, entregando uma dose fixa ou limitada de nicotina⁸⁰. No entanto, isso
deve ser visto como uma admissão de que a ideia é inviável. Se essa dose for muito baixa ou se o uso
do produto for frustrante ou insatisfatório, os usuários buscarão alternativas, incluindo cigarros ou
produtos de vape que forneçam a dose desejada de nicotina.● “Potencial de abuso” da nicotina. Isso envolveria a imposição de limites à farmacocinética (PK) —
ou seja, ao pico (“bolus”) da exposição à nicotina no cérebro — o nível máximo (“Cmax”) e o tempo
até atingir esse pico (“Tmax”), ou a razão Cmax/Tmax⁸¹. Mais uma vez, esses fatores estão
majoritariamente sob o controle do usuário, embora possam ser influenciados por restrições do
dispositivo. Para produtos de baixo risco, há uma ambiguidade sobre a finalidade regulatória.
Deveria ser reduzir o potencial de abuso para impedir que os produtos gerem dependência ou
deveria ser igualar o perfil PK dos cigarros e, assim, fornecer uma alternativa satisfatória, viável e de
baixo risco ao fumo, que funcione para pessoas que fumam?
O ponto geral é que tentar controlar o uso de nicotina limitando os dispositivos ou líquidos pelos quais ela é
consumida provavelmente falhará. Os usuários acabarão acessando a nicotina que desejam. Seria como
tentar controlar o uso de álcool limitando o tamanho dos copos de vinho ou obrigando as pessoas a beber
com canudo.
Efeitos da nicotina na saúde
Efeitos da nicotina na saúde. Citar a observação de Michael Russell, de 1976 — *“As pessoas fumam pela
nicotina, mas morrem pelo alcatrão”*⁸² — tornou-se comum para transmitir a ideia de que não é a nicotina a
principal causa direta de doenças e mortes relacionadas ao tabagismo. É o motivo pelo qual as pessoas
fumam e, como consequência, se expõem a milhares de substâncias tóxicas presentes na fumaça do cigarro.
Essa percepção ainda se mantém verdadeira hoje. A liderança da Food and Drug Administration (FDA) dos
EUA reiterou esse ponto em 2017, ao definir uma abordagem estratégica para a nicotina⁸³:
“A nicotina, embora não seja inofensiva, não é diretamente responsável pelos cânceres,
doenças pulmonares e doenças cardíacas causadas pelo tabaco que matam centenas de
milhares de americanos todos os anos.”
Mas se a própria nicotina não é a responsável direta pelas principais doenças relacionadas ao tabagismo,
quais são os riscos residuais? Estudos epidemiológicos sobre tabaco sem combustão⁸⁴ ⁸⁵ ⁸⁶ ⁸⁷ ou uso
prolongado de terapias de reposição de nicotina (nicotina farmacêutica)⁸⁸ ⁸⁹ sugerem que os riscos de
doenças graves atribuíveis à nicotina são baixos ou surgem apenas em circunstâncias limitadas, quando o
consumo de nicotina é dissociado da inalação da fumaça.
● Mortalidade por todas as causas. Pesquisas contínuas com usuários exclusivamente de tabaco sem
combustão (SLT) nos EUA não demonstram aumento no risco de mortalidade: “Usuários de SLT, em
geral, não apresentaram risco significativamente aumentado de mortalidade por todas as causas,
mortalidade por câncer em geral ou doenças cardíacas em comparação com pessoas que nunca
usaram tabaco [...] Além disso, o uso de SLT não teve efeito adverso discernível em nenhuma das
nove principais causas de morte, nem aumentou o risco de mortalidade por nenhum dos principais
cânceres frequentemente associados ao uso de SLT.”⁹⁰
● Doença cardiovascular. Não há evidência de risco cardiovascular generalizado atribuível à nicotina,
mas pode haver risco específico da nicotina para pessoas com doenças cardiovasculares
preexistentes⁹¹:
“Os riscos da nicotina sem os produtos da combustão do tabaco (fumaça do cigarro) são baixos
em comparação com o tabagismo, mas ainda assim são motivo de preocupação para pessoas
com doenças cardiovasculares.”
Estudos sobre o uso de nicotina sem exposição à fumaça, por exemplo, o uso de snus, não
demonstram aumento no risco cardiovascular, indicando que “componentes tóxicos diferentesda nicotina parecem estar implicados na fisiopatologia da doença cardíaca isquêmica
relacionada ao tabagismo”⁹² e “O uso de snus não foi associado ao risco de AVC. Assim, é
improvável que a nicotina contribua de forma significativa para a fisiopatologia do acidente
vascular cerebral.”⁹³
● Câncer. O Relatório do Cirurgião-Geral dos EUA de 2014 concluiu⁹⁴:
“As evidências são insuficientes para inferir a presença ou ausência de uma relação causal
entre exposição à nicotina e risco de câncer.”
Entretanto, o relatório menciona estudos em animais indicando que a nicotina “é um promotor
tumoral em alguns modelos experimentais”, mas cita dados epidemiológicos sugerindo que
“em humanos a nicotina pode não ter um forte efeito promotor tumoral”. Na medida em que o
tabaco sem combustão apresenta qualquer risco de câncer, as evidências sugerem que isso se
deve à exposição a compostos que não a nicotina⁹⁵ ⁹⁶.
● Doença respiratória. As evidências não apoiam uma ligação entre exposição sistêmica à nicotina e
doenças respiratórias. Embora não haja evidência conclusiva, é possível que a exposição direta de
células pulmonares à nicotina⁹⁷, ou a agentes perigosos além da nicotina em aerossóis inalados de
nicotina, possa gerar risco respiratório.
● Gravidez. O tabagismo está claramente associado a uma série de desfechos negativos na gravidez⁹⁸.
No entanto, grande parte disso provavelmente se deve à exposição a toxinas presentes na fumaça
do tabaco, que não são a nicotina. O Cirurgião-Geral dos EUA concluiu⁹⁹:
“Evidências de estudos sobre interações gene-ambiente apoiam a hipótese de que
componentes do tabaco além da nicotina podem contribuir para os desfechos adversos
relacionados ao tabaco na gravidez.”
Um ensaio clínico com mais de 1.000 gestantes fumantes descobriu que “O uso regular de cigarros
eletrônicos ou adesivos de nicotina por gestantes fumantes não parece estar associado a quaisquer desfechos
adversos.”¹⁰⁰ Embora a maioria dos estudos não encontre riscos decorrentes do uso de vapes durante a
gravidez, as evidências podem ser de baixa qualidade ou contraditórias.¹⁰¹
Impactos no cérebro adolescente. Houve alto nível de preocupação política, midiática e pública em relação
aos efeitos da nicotina sobre o cérebro em desenvolvimento. O Cirurgião-Geral dos EUA destacou isso como
uma descoberta significativa no relatório de 2016 E-Cigarette Use Among Youth and Young Adults.¹⁰² No
entanto, a base de evidência subjacente é fraca, baseada em modelos animais ou sujeita a confusões como
fatores genéticos e socioeconômicos, uso de outras substâncias e presença prévia de problemas
neuropsiquiátricos associados ao tabagismo na juventude.¹⁰³ Se houvesse prejuízos perceptíveis relacionados
ao uso de nicotina na adolescência, eles seriam observáveis nas gerações de adultos que fumaram durante a
juventude. No entanto, não há evidência convincente disso: um estudo constatou que “O tabagismo anterior
não foi associado a desempenho significativamente inferior em qualquer domínio cognitivo, em comparação
com pessoas que nunca fumaram.”¹⁰⁴ Evidências recentes indicam ainda outro desafio a esse argumento: há
indícios de que diferenças na estrutura cerebral podem anteceder e prever o início do uso de substâncias¹⁰⁵,
com a exposição à poluição ambiental como possível causa subjacente.¹⁰⁶
Saúde mental. Há índices significativamente mais altos de uso de nicotina em populações com transtornos
mentais, como TDAH, transtornos de ansiedade e depressão. É plausível que o uso de nicotina por essas
populações seja uma tentativa, consciente ou inconsciente, de automedicação ou regulação desses
transtornos.¹⁰⁷ ¹⁰⁸ Também é possível que o uso de nicotina possa causar ou intensificar esses transtornos, ouque a relação causal seja bidirecional.¹⁰⁹ ¹¹⁰ É intrinsecamente difícil isolar a direção da causalidade nessa
associação, e as evidências atuais são contraditórias e incertas.¹¹¹ ¹¹²
Percepções públicas e profissionais sobre os riscos da nicotina são profundamente imprecisas. Existe um
corpo extenso de literatura que apoia a análise de que “as pessoas fumam pela nicotina, mas morrem pelo
alcatrão” ou suas muitas variações. No entanto, o conhecimento público sobre os conceitos básicos de risco
relacionados à nicotina é muito deficiente. Por exemplo, nos Estados Unidos, um estudo de 2022 constatou
que 61,2% dos fumantes acreditam que a nicotina causa câncer ou não sabem; os autores pediram
mensagens corretivas.¹¹³ Na Nova Zelândia, propostas para reduzir o teor de nicotina dos cigarros foram mal
interpretadas como medidas para tornar os produtos mais seguros.¹¹⁴ No Reino Unido, em 2021, apenas 11%
dos fumantes reconheceram que ‘nenhum’ ou ‘uma quantidade muito pequena’ dos riscos à saúde do
tabagismo vêm da nicotina presente nos cigarros de tabaco.¹¹⁵ Diversas pesquisas mostram que mesmo
profissionais de saúde compartilham essas percepções equivocadas. Por exemplo, um estudo nos EUA de
2021 constatou:¹¹⁶
No geral, a maioria dos médicos “concordava fortemente” que a nicotina contribui diretamente
para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (83,2%), DPOC (80,9%) e câncer (80,5%).
Essas percepções errôneas sobre a nicotina também sustentam equívocos sobre os riscos do vaping e outras
opções de nicotina sem fumaça, criando uma barreira à substituição do cigarro por alternativas menos
nocivas. O problema é que crenças falsas sobre riscos influenciam o comportamento e inibem mudanças
benéficas, tanto na intenção quanto na ação.
Conclusão
Quando usada como pretendido, a nicotina é uma substância psicoativa relativamente benigna e não causa
overdose, intoxicação, alucinações, torpor ou outros efeitos extremos típicos de drogas. As pessoas usam
nicotina porque ela as faz se sentirem melhor e acreditarem que funcionam melhor, e isso sustenta a
demanda pela substância. A nicotina em si não causa a vasta maioria dos danos relacionados ao tabaco,
embora tenha alguns efeitos adversos e riscos à saúde. O uso da nicotina pode criar dependência, tanto pelo
reforço positivo (efeitos prazerosos) quanto pelos efeitos negativos da abstinência e do desejo. Pode ser
difícil parar de usá-la. Podemos considerar a dependência de nicotina como um vício se o usuário não
consegue parar apesar de sofrer danos significativos, como acontece no tabagismo contínuo.
Durante os últimos 100 anos, a nicotina foi consumida principalmente por meio da inalação de fumaça tóxica
de tabaco. No entanto, isso está mudando à medida que o mundo inicia uma transição para formas de
nicotina sem fumaça (vapes, sachês, tabaco aquecido e sem combustão). Isso abre uma série de desafios e
oportunidades para políticas públicas. Esses produtos podem atender à demanda por nicotina com danos
significativamente reduzidos em comparação com o tabaco fumado. Mas isso também significa a perda do
principal fator dissuasivo ao uso da nicotina: os danos causados pelo fumo. A emergência da nicotina como
uma droga relativamente benigna, sem grandes danos associados ao seu uso, exige uma reavaliação
profunda da posição da nicotina como substância legal (assim como a cafeína, o álcool e, cada vez mais, os
canabinóides) na sociedade.
Regulamentar o uso da nicotina é um desafio, porque os usuários em grande parte controlam sua própria
ingestão por meio de mudanças de comportamento, de produto ou, em última instância, buscando
fornecedores ilícitos dos produtos desejados. Os formuladores de políticas devem aceitar que a demanda
por nicotina é inevitável e provavelmente persistirá indefinidamente. Nesse caso, o desafio regulatório é
tornar a nicotina disponível em mercados regulados, com fornecedores legais atendendo à demanda adulta,
com garantias para aumentar a conscientização, controlar marketing e branding, e limitar o acesso.Referências
1
National Library of Medicine (US), PubChem. Nicotine C10H14N2.
https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/89594
2
Siegmund, B., Leitner, E., & Pfannhauser, W. (1999). Determination of the nicotine content of various edible nightshades
(Solanaceae) and their products and estimation of the associated dietary nicotine intake. Journal of Agricultural and
Food Chemistry, 47(8), 3113–3120. https://doi.org/10.1021/jf990089w
3Benowitz, N. L., & Jacob, P. (1984). Daily intake of nicotine during cigarette smoking. Clinical Pharmacology and
Therapeutics, 35(4), 499–504. [link]. Smokers average 37.6mg/day nicotine intake, but dietary intake typically
2.25µg/day (Sigmund et al. op cit) suggesting an approximately 17,000-fold difference.
4Duke, D., Wohlgemuth, E., Adams, K. R., Armstrong-Ingram, A., Rice, S. K., & Young, D. C. (2022). Earliest evidence for
human use of tobacco in the Pleistocene Americas. Nature Human Behaviour, 6(2), 183–192.
https://doi.org/10.1038/s41562-021-01202-9
5National Cancer Institute. Definition of psychoactive substance (2011, February 2) [link]
6
Balfour, D. J. K. (2004). The neurobiology of tobacco dependence: A preclinical perspective on the role of the
dopamine projections to the nucleus. Nicotine & Tobacco Research, 6(6), 899–912.
https://doi.org/10.1080/14622200412331324965
7
National Institute on Drug Abuse (US). How does tobacco deliver its effects?
https://nida.nih.gov/publications/research-reports/tobacco-nicotine-e-cigarettes/how-does-tobacco-deliver-its effects
8
Benowitz, N. L. (2008). Neurobiology of nicotine addiction: Implications for smoking cessation treatment. The American
Journal of Medicine, 121(4 Suppl 1), S3-10. https://doi.org/10.1016/j.amjmed.2008.01.015
9
Beer, A. L. (2016). Chapter 27 - Nicotine and Cognition: Effects of Nicotine on Attention and Memory Systems in Humans. In
V. R. Preedy (Ed.), Neuropathology of Drug Addictions and Substance Misuse (pp. 282–290). Academic Press. [link]
10Valentine, G., & Sofuoglu, M. (2018). Cognitive Effects of Nicotine: Recent Progress. Current Neuropharmacology, 16(4),
403–414. [link]
11Alhowail, A. (2021). Molecular insights into the benefits of nicotine on memory and cognition (Review). Molecular
Medicine Reports, 23(6), 1–6. https://doi.org/10.3892/mmr.2021.12037
12Choi, D., Ota, S., & Watanuki, S. (2015). Does cigarette smoking relieve stress? Evidence from the event-related
potential (ERP). International Journal of Psychophysiology, 98(3, Part 1), 470–476.
https://doi.org/10.1016/j.ijpsycho.2015.10.005
13
Kutlu, M. G., & Gould, T. J. (2015). Nicotine Modulation of Fear Memories and Anxiety: Implications for Learning and
Anxiety Disorders. Biochemical Pharmacology, 97(4), 498–511. https://doi.org/10.1016/j.bcp.2015.07.029
14
Heishman, S. J., Kleykamp, B. A., & Singleton, E. G. (2010). Meta-analysis of the acute effects of nicotine and smoking on
human performance. Psychopharmacology, 210(4), 453–469.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3151730/
15Benowitz, N. L. (2009). Pharmacology of Nicotine: Addiction, Smoking-Induced Disease, and Therapeutics. Annual Review
of Pharmacology and Toxicology, 49, 57. [link]
16Benowitz, N. L. (2010). Nicotine Addiction. The New England Journal of Medicine, 362(24), 2295–2303. [link][NCBI]
17
Mappin-Kasirer, B., Pan, H., Lewington, S., Kizza, J., Gray, R., Clarke, R., & Peto, R. (2020). Tobacco smoking and the risk of
Parkinson disease. Neurology, 10.1212/WNL.0000000000009437.
https://doi.org/10.1212/WNL.0000000000009437
18Yang, F., Pedersen, N. L., Ye, W., Liu, Z., Norberg, M., Forsgren, L., Trolle Lagerros, Y., Bellocco, R., Alfredsson, L., Knutsson,
A., Jansson, J.-H., Wennberg, P., Galanti, M. R., Lager, A. C., Araghi, M., Lundberg, M., Magnusson, C., & Wirdefeldt, K.
(2017). Moist smokeless tobacco (Snus) use and risk of Parkinson’s disease. International Journal of Epidemiology, 46(3),
872–880. https://doi.org/10.1093/ije/dyw294
19Zhang, W., Lin, H., Zou, M., Yuan, Q., Huang, Z., Pan, X., & Zhang, W. (2022). Nicotine in Inflammatory Diseases:
Anti-Inflammatory and Pro-Inflammatory Effects. Frontiers in Immunology, 13.
https://doi.org/10.3389/fimmu.2022.826889
20Kastratovic, N., Markovic, V., Arsenijevic, A., Volarevic, A., Zdravkovic, N., Zdravkovic, M., Brankovic, M., Gmizic, T., Harrell,
C. R., Jakovljevic, V., Djonov, V., & Volarevic, V. (2024). The effects of combustible cigarettes and electronic nicotine
delivery systems on immune cell-driven inflammation and mucosal healing in ulcerative colitis. Nicotine & Tobacco
Research, ntae193. https://doi.org/10.1093/ntr/ntae193
21van Amsterdam, J., van der Velde, B., Schulte, M., & van den Brink, W. (2018). Causal Factors of Increased Smoking in
ADHD: A Systematic Review. Substance Use & Misuse, 53(3), 432–445.
https://doi.org/10.1080/10826084.2017.133406622
Liebrenz, M., Frei, A., Fisher, C. E., Gamma, A., Buadze, A., & Eich, D. (2014). Adult attention-deficit/hyperactivity
disorder and nicotine use: A qualitative study of patient perceptions. BMC Psychiatry, 14(1), 141.
https://doi.org/10.1186/1471-244X-14-141
23
Potter, A. S., & Newhouse, P. A. (2008). Acute nicotine improves cognitive deficits in young adults with attention
deficit/hyperactivity disorder. Pharmacology Biochemistry and Behavior, 88(4), 407–417.
https://doi.org/10.1016/j.pbb.2007.09.014
24
Shytle, R. D., Silver, A. A., Wilkinson, B. J., & Sanberg, P. R. (2002). A Pilot Controlled Trial of Transdermal Nicotine in the
Treatment of Attention Deficit Hyperactivity Disorder. The World Journal of Biological Psychiatry.
https://doi.org/10.3109/15622970209150616
25
Waterhouse, U., Brennan, K. A., & Ellenbroek, B. A. (2018). Nicotine self-administration reverses cognitive deficits in a rat
model for schizophrenia. Addiction Biology, 23(2), 620–630. https://doi.org/10.1111/adb.12517
26
Morisano, D., Wing, V. C., Sacco, K. A., Arenovich, T., & George, T. P. (2013). Effects of Tobacco Smoking on
Neuropsychological Function in Schizophrenia in Comparison to Other Psychiatric Disorders and Non-psychiatric Controls. The
American Journal on Addictions, 22(1), 46–53. https://doi.org/10.1111/j.1521-0391.2013.00313.x
27
Sacco, K. A., Termine, A., Seyal, A., Dudas, M. M., Vessicchio, J. C., Krishnan-Sarin, S., Jatlow, P. I., Wexler, B. E., & George, T.
P. (2005). Effects of Cigarette Smoking on Spatial Working Memory and Attentional Deficits in Schizophrenia: Involvement of
Nicotinic Receptor Mechanisms. Archives of General Psychiatry, 62(6), 649–659. https://doi.org/10.1001/archpsyc.62.6.649
28Featherstone, R. E., & Siegel, S. J. (2015). Chapter Two—The Role of Nicotine in Schizophrenia. In M. De Biasi (Ed.),
International Review of Neurobiology (Vol. 124, pp. 23–78). Academic Press.
https://doi.org/10.1016/bs.irn.2015.07.002
29Featherstone, R. E., & Siegel, S. J. (2015). Chapter Two—The Role of Nicotine in Schizophrenia. In M. De Biasi (Ed.),
International Review of Neurobiology (Vol. 124, pp. 23–78). Academic Press.
https://doi.org/10.1016/bs.irn.2015.07.002
30Simons, D., Shahab, L., Brown, J., & Perski, O. (2021). The association of smoking status with SARS-CoV-2 infection,
hospitalisation and mortality from COVID-19: A living rapid evidence review with Bayesian meta-analyses (version 12).
Qeios. https://doi.org/10.32388/UJR2AW.15
31Farsalinos, K., Niaura, R., Le Houezec, J., Barbouni, A., Tsatsakis, A., Kouretas, D., Vantarakis, A., & Poulas, K. (2020).
Editorial: Nicotine and SARS-CoV-2: COVID-19 may be a disease of the nicotinic cholinergic system. Toxicology
Reports, 7, 658–663. https://doi.org/10.1016/j.toxrep.2020.04.012
32
Tyas, S., & Pederson, L. (1998). Psychosocial factors related to adolescent smoking: A critical review of the literature.
Tobacco Control, 7(4), 409–420. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1751465/
33
Wellman, R. J., Dugas, E. N., Dutczak, H., O’Loughlin, E. K., Datta, G. D., Lauzon, B., & O’Loughlin, J. (2016). Predictors of
the Onset of Cigarette Smoking: A Systematic Review of Longitudinal Population-Based Studies in Youth. American Journal
of Preventive Medicine, 51(5), 767–778. https://doi.org/10.1016/j.amepre.2016.04.003
34
Siddiqi, K., Jawad, M., Mushtaq, N., Ali, S., & Khan, J. A. (2015). Tobacco and Health Disparities. BioMed Research
International, 2015(1), 570173. https://doi.org/10.1155/2015/570173
35
Leventhal, A. M., Bello, M. S., Galstyan, E., Higgins, S. T., & Barrington-Trimis, J. L. (2019). Association of Cumulative
Socioeconomic and Health-Related Disadvantage With Disparities in Smoking Prevalence in the United States, 2008 to
2017. JAMA Internal Medicine, 179(6), 777–785. https://doi.org/10.1001/jamainternmed.2019.0192
36
Kastaun, S., Brose, L. S., Scholz, E., Viechtbauer, W., & Kotz, D. (2022). Mental Health Symptoms and Associations with
Tobacco Smoking, Dependence, Motivation, and Attempts to Quit: Findings from a Population Survey in Germany (DEBRA
Study). European Addiction Research, 28(4), 287–296. https://doi.org/10.1159/000523973
37Glasser, A. M., Hinton, A., Wermert, A., Macisco, J., & Nemeth, J. M. (2022). Characterizing tobacco and marijuana use
among youth combustible tobacco users experiencing homelessness – considering product type, brand, flavor, frequency,
and higher-risk use patterns and predictors. BMC Public Health, 22(1), 820.
https://doi.org/10.1186/s12889-022-13244-3
38Ganz, O., Schulz, J. A., Ehlke, S. J., King Jensen, J. L., & Villanti, A. C. (2024). Cigarette smoking behaviors and nicotine
dependence at the intersection of sexual identity and sex in the United States: Findings from the National Survey on
Drug Use and Health. Preventive Medicine Reports, 38, 102593.
https://doi.org/10.1016/j.pmedr.2024.102593
39Arrazola, R. A. (2023). US Cigarette Smoking Disparities by Race and Ethnicity—Keep Going and Going! Preventing Chronic
Disease, 20. https://doi.org/10.5888/pcd20.220375
40
Hiscock, R., Bauld, L., Amos, A., Fidler, J. A., & Munafò, M. (2012). Socioeconomic status and smoking: A review. Annals of
the New York Academy of Sciences, 1248(1), 107–123. https://doi.org/10.1111/j.1749-6632.2011.06202.x
41
Koob, G. F., Buck, C. L., Cohen, A., Edwards, S., Park, P. E., Schlosburg, J. E., Schmeichel, B., Vendruscolo, L. F., Wade, C. L.,
Whitfield, T. W., & George, O. (2014). Addiction as a Stress Surfeit Disorder. Neuropharmacology, 76(0 0),
10.1016/j.neuropharm.2013.05.024. https://doi.org/10.1016/j.neuropharm.2013.05.024
42
Fagerstrom, K. (2018). A Comparison of Dependence across Different Types of Nicotine Containing Products and Coffee.
International Journal of Environmental Research and Public Health, 15(8).https://doi.org/10.3390/IJERPH15081609
43
National Institute on Drug Abuse (NIDA). (2021). Words Matter: Preferred Language for Talking About Addiction.
https://nida.nih.gov/research-topics/addiction-science/words-matter-preferred-language-talking-about-addiction
44
West, R., Cox, S., Notley, C. J., Plessis, G. D., & Hastings, J. (n.d.). Achieving consensus, coherence, clarity and consistency
when talking about addiction. https://doi.org/10.1111/add.16393
45
AddictO Vocab. Addiction. Accessed 10 September 2024, from https://addictovocab.org/ADDICTO:0000349
46
National Institute on Drug Abuse (NIDA). Drug Misuse and Addiction, What is drug addiction?
https://nida.nih.gov/publications/drugs-brains-behavior-science-addiction/drug-misuse-addiction
47
National Institute on Drug Abuse (NIDA). Understanding Drug Use and Addiction DrugFacts, accessed 10 September
2024. https://nida.nih.gov/publications/drugfacts/understanding-drug-use-addiction
48
American Psychiatric Association.. Addiction and Substance Use Disorders. Retrieved 11 September 2024, from
https://www.psychiatry.org:443/patients-families/addiction-substance-use-disorders
49
Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders | Psychiatry Online. (2023.). DSM Library. Retrieved 10 September
2024, from https://psychiatryonline.org/doi/book/10.1176/appi.books.9780890425787
50
Hasin, D. S., O’Brien, C. P., Auriacombe, M., Borges, G., Bucholz, K., Budney, A., Compton, W. M., Crowley, T., Ling, W., Petry,
N. M., Schuckit, M., & Grant, B. F. (2013). DSM-5 Criteria for Substance Use Disorders: Recommendations and Rationale. The
American Journal of Psychiatry, 170(8), 834–851.
https://doi.org/10.1176/appi.ajp.2013.12060782
51Gateway Foundation, G. (2021, June 15). DSM-5 Criteria for Substance Use Disorders.
https://www.gatewayfoundation.org/addiction-blog/dsm-5-substance-use-disorder/
52Addiction Policy Forum. (2020, August 17). DSM-5 Criteria for Addiction Simplified.
https://www.addictionpolicy.org/post/dsm-5-facts-and-figures
53
Hong, S. W., et al. (2022). Biologically Active Compounds Present in Tobacco Smoke: Potential Interactions Between
Smoking and Mental Health. Frontiers in Neuroscience, 16. https://doi.org/10.3389/fnins.2022.885489
54
Shiffman, S., Dunbar, M., Kirchner, T., Li, X., Tindle, H., Anderson, S., & Scholl, S. (2013). Smoker reactivity to cues: Effects
on craving and on smoking behavior. Journal of Abnormal Psychology, 122(1), 264–280. https://doi.org/10.1037/a0028339
55
Chiamulera, C. (2005). Cue reactivity in nicotine and tobacco dependence: A “multiple-action” model of nicotine as a
primary reinforcement and as an enhancer of the effects of smoking-associated stimuli. Brain Research Reviews, 48(1),
74–97. https://doi.org/10.1016/j.brainresrev.2004.08.005
56
Saad, C., Cheng, B. (Hsu-C., Takamizawa, R., Thakur, A., Lee, C.-W., Leung, L., Veerman, J. L., & Aminde, L. N. (2025).
Effectiveness of tobacco advertising, promotion and sponsorship bans on smoking prevalence, initiation and cessation: A
systematic review and meta-analysis. Tobacco Control. https://doi.org/10.1136/tc-2024-058903
57
Lovato, C., Watts, A., & Stead, L. F. (n.d.). Impact of tobacco advertising and promotion on increasing adolescent smoking
behaviours—Lovato, C - 2011 | Cochrane Library. Retrieved 11 May 2025, from
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003439.pub2/full
58
Le Houezec, J. (2003). Role of nicotine pharmacokinetics in nicotine addiction and nicotine replacement therapy: A review.
The International Journal of Tuberculosis and Lung Disease, 7(9), 811–819.
https://www.ingentaconnect.com/content/iuatld/ijtld/2003/00000007/00000009/art00002
59
Schneider, N. G., Olmstead, R. E., Franzon, M. A., & Lunell, E. (2001). The Nicotine Inhaler. Clinical
Pharmacokinetics, 40(9), 661–684. https://doi.org/10.2165/00003088-200140090-00003
60
Azzopardi, D., Ebajemito, J., McEwan, M., Camacho, O. M., Thissen, J., Hardie, G., Voisine, R., Mullard, G., Cohen, Z., &
Murphy, J. (2022). A randomised study to assess the nicotine pharmacokinetics of an oral nicotine pouch and two
nicotine replacement therapy products. Scientific Reports, 12(1), 6949. https://doi.org/10.1038/s41598-022- 10544-x
61
Ashton, H., Stepney, R., & Thompson, J. W. (1979). Self-titration by cigarette smokers. British Medical Journal,
2(6186), 357–360. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1596095/
62Soar, K., Kimber, C., McRobbie, H., & Dawkins, L. E. (2019). Nicotine absorption from e-cigarettes over 12 months.
Addictive Behaviors, 91, 102–105. https://doi.org/10.1016/j.addbeh.2018.07.019
63International Standards Organisation. (2021, June). ISO 10315:2021 Cigarettes—Determination of nicotine in total
particulate matter from the mainstream smoke—Gas-chromatographic method. ISO.
https://www.iso.org/standard/79002.html
64Kuiper, N., Coats, E. M., Crawford, T. N., Gammon, D. G., Loomis, B., Watson, C. H., Melstrom, P. C., Lavinghouze, R., Rogers,
T., & King, B. A. (2020). Trends in Manufacturer-Reported Nicotine Yields in Cigarettes Sold in the United States,
2013–2016. Preventing Chronic Disease, 17, E148. https://doi.org/10.5888/pcd17.200205
65Jarvis, M. J., Boreham, R., Primatesta, P., Feyerabend, C., & Bryant, A. (2001). Nicotine Yield From Machine-Smoked
Cigarettes and Nicotine Intakes in Smokers: Evidence From a Representative Population Survey. JNCI: Journal of the
National Cancer Institute, 93(2), 134–138. https://doi.org/10.1093/jnci/93.2.134
66Maron, D. J., & Fortmann, S. P. (1987). Nicotine yield and measures of cigarette smoke exposure in a largepopulation: Are lower-yield cigarettes safer? American Journal of Public Health, 77(5), 546–549.
https://doi.org/10.2105/ajph.77.5.546
67MacKillop, J., Obasi, E., Amlung, M. T., McGeary, J. E., & Knopik, V. S. (2010). The Role of Genetics in Nicotine
Dependence: Mapping the Pathways from Genome to Syndrome. Current Cardiovascular Risk Reports, 4(6), 446– 453.
https://doi.org/10.1007/s12170-010-0132-6
68St Helen, G., Dempsey, D., Wilson, M., Jacob, P., & Benowitz, N. L. (2013). Racial differences in the relationship between
tobacco dependence and nicotine and carcinogen exposure. Addiction (Abingdon, England), 108(3), 607– 617.
https://doi.org/10.1111/j.1360-0443.2012.04077.x
69Pan, C., Qi, X., Cheng, S., Chen, Y., Li, C., Zhang, H., Zhang, J., Zhang, Z., Yang, X., Meng, P., Yao, Y., Wen, Y., Jia, Y., & Zhang, F.
(2024). The Comprehensive Effect of Socioeconomic Deprivation on Smoking Behavior: An Observational and
Genome-Wide by Environment Interaction Analyses in UK Biobank. International Journal of Mental Health and
Addiction, 22(1), 344–360. https://doi.org/10.1007/s11469-022-00876-0
70Mutti, S., Hammond, D., Borland, R., Cummings, K. M., O’Connor, R. J., & Fong, G. T. (2011). Beyond Light & Mild: Cigarette
Brand Descriptors and Perceptions of Risk in the International Tobacco Control (ITC) Four Country Survey. Addiction
(Abingdon, England), 106(6), 1166–1175. https://doi.org/10.1111/j.1360-0443.2011.03402.x
71Mutti, S., Hammond, D., Borland, R., Cummings, K. M., O’Connor, R. J., & Fong, G. T. (2011). Beyond Light & Mild: Cigarette
Brand Descriptors and Perceptions of Risk in the International Tobacco Control (ITC) Four Country Survey. Addiction
(Abingdon, England), 106(6), 1166–1175. https://doi.org/10.1111/j.1360-0443.2011.03402.x
72Tobacco Product Standard for Nicotine Yield of Cigarettes and Certain Other Combusted Tobacco Products, 90 FR 5032
5032 (2025). https://www.federalregister.gov/d/2025-00397
73WHO Study Group on Tobacco Product Regulation (TobReg). (2015). Advisory note: Global nicotine reduction strategy.
https://www.who.int/publications/i/item/advisory-note-global-nicotine-reduction-strategy-who-study
group-on-tobacco-product-regulation
74European Union. (2014, April 3). Tobacco Products Directive 2014/40/EU. EUR-Lex. https://eur
lex.europa.eu/eli/dir/2014/40/oj/eng
75Institute for Global Tobacco Control. Product regulation | Global Tobacco Control. Johns Hopkins School of Global Public
Health. Retrieved 11 May 2025, from https://www.globaltobaccocontrol.org/en/policy-scan/e
cigarettes/product-regulation
76Dawkins, L., Cox, S., Goniewicz, M., McRobbie, H., Kimber, C., Doig, M., & Kośmider, L. (2018). ‘Real-world’
compensatory behaviour with low nicotine concentration e-liquid: Subjective effects and nicotine, acrolein and
formaldehyde exposure. Addiction, 113(10), 1874–1882. https://doi.org/10.1111/add.14271
77Kośmider, L., Kimber, C. F., Kurek, J., Corcoran, O., & Dawkins, L. E. (2018). Compensatory Puffing With Lower Nicotine
Concentration E-liquids Increases Carbonyl Exposure in E-cigarette Aerosols. Nicotine & Tobacco Research, 20(8),
998–1003. https://doi.org/10.1093/ntr/ntx162
78
Shihadeh, A., & Eissenberg, T. (2015). Electronic Cigarette Effectiveness and Abuse Liability: Predicting and
Regulating Nicotine Flux. Nicotine & Tobacco Research, 17(2), 158–162. https://doi.org/10.1093/ntr/ntu175
79
El-Hellani, A., Hanna, E., Sharma, M., Blohowiak, R., Joseph, P., Eid, T., Nadim, H., El-Hage, R., Salman, R.,
Karaoghlanian, N., Adeniji, A., Salam, S., Talih, F., Elbejjani, M., Breland, A., Eissenberg, T., Shihadeh, A., Baldassarri, S.
R., & Talih, S. (2023). Nicotine flux as a powerful tool for regulating nicotine delivery from e cigarettes: Protocol of
two complimentary randomized crossover clinical trials. PLOS ONE, 18(9), e0291786.
https://doi.org/10.1371/journal.pone.0291786
80Patev, A. J., Combs, M., Gaitan, N., Karaoghlanian, N., Lipato, T., Eissenberg, T., & Breland, A. (2024). Constraining
electronic nicotine delivery systems (ENDS) nicotine dose by controlling nicotine flux at a limited puff duration.
Experimental and Clinical Psychopharmacology, 32(5), 604–614. https://doi.org/10.1037/pha0000719
81Kolli, A. R., Veljkovic, E., Calvino-Martin, F., Esposito, M., Kuczaj, A. K., Koumal, O., Rose, J. E., & Peitsch, M. C. (2024).
Nicotine flux and pharmacokinetics-based considerations for early assessment of nicotine delivery systems. Drug and
Alcohol Dependence Reports, 11, 100245. https://doi.org/10.1016/j.dadr.2024.100245
82Russell, M. A. (1976). Low-tar medium-nicotine cigarettes: A new approach to safer smoking. British Medical
Journal, 1(6023), 1430–1433. 10.1136/bmj.1.6023.1430
83Gottlieb, S., & Zeller, M. (2017) A Nicotine-Focused Framework for Public Health The New England Journal of
Medicine; Massachusetts Medical Society. https://doi.org/10.1056/NEJMp1707409
84Fisher, M. T., Tan-Torres, S. M., Gaworski, C. L., Black, R. A., & Sarkar, M. A. (2019). Smokeless tobacco mortality risks: An
analysis of two contemporary nationally representative longitudinal mortality studies. Harm Reduction Journal, 16, 27.
https://doi.org/10.1186/s12954-019-0294-6
85Rodu, B., & Plurphanswat, N. (2019). Mortality among male smokers and smokeless tobacco users in the USA. Harm
Reduction Journal, 16(1), 50. https://doi.org/10.1186/s12954-019-0321-7
86Lee, P. N. (2011). Summary of the epidemiological evidence relating snus to health. Regulatory Toxicology and
Pharmacology, 59(2), 197–214. [link]
87Lee, P. N. (2013). Epidemiological evidence relating snus to health – an updated review based on recentpublications. Harm Reduction Journal, 10(1), 36. [link]
88
Food and Drug Administration (United States) Modifications To Labeling of Nicotine Replacement Therapy Products for
Over-the-Counter Human Use. (2013, April 2). Federal Register. 78 FR 19718
89
Murray, R. P., Connett, J. E., & Zapawa, L. M. (2009). Does nicotine replacement therapy cause cancer? Evidence from
the Lung Health Study. Nicotine & Tobacco Research, 11(9), 1076–1082. https://doi.org/10.1093/ntr/ntp104
90
Fisher, M. T., Tan-Torres, S. M., Gaworski, C. L., Black, R. A., & Sarkar, M. A. (2019). Smokeless tobacco mortality
risks: An analysis of two contemporary nationally representative longitudinal mortality studies. Harm Reduction
Journal, 16(1), 27. https://doi.org/10.1186/s12954-019-0294-6
91
Benowitz, N. L., & Burbank, A. D. (2016). Cardiovascular Toxicity of Nicotine: Implications for Electronic Cigarette Use.
Trends in Cardiovascular Medicine, 26(6), 515–523. https://doi.org/10.1016/j.tcm.2016.03.001
92
Hansson, J., Galanti, M. R., Hergens, M.-P., Fredlund, P., Ahlbom, A., Alfredsson, L., Bellocco, R., Eriksson, M., Hallqvist, J.,
Hedblad, B., Jansson, J.-H., Nilsson, P., Pedersen, N., Trolle Lagerros, Y., Östergren, P.-O., & Magnusson, C. (2012). Use of
snus and acute myocardial infarction: Pooled analysis of eight prospective observational studies. European Journal of
Epidemiology, 27(10), 771–779. https://doi.org/10.1007/s10654-012- 9704-8
93
Hansson, J., Galanti, M. R., Hergens, M.-P., Fredlund, P., Ahlbom, A., Alfredsson, L., Bellocco, R., Engström, G., Eriksson, M.,
Hallqvist, J., Hedblad, B., Jansson, J.-H., Pedersen, N. L., Trolle Lagerros, Y., Östergren, P.-O., & Magnusson, C. (2014). Snus
(Swedish smokeless tobacco) use and risk of stroke: Pooled analyses of incidence and survival. Journal of Internal
Medicine, 276(1), 87–95. https://doi.org/10.1111/joim.12219
94
National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion (US) Office on Smoking and Health. (2014).
Nicotine (Chapter 5). In The Health Consequences of Smoking—50 Years of Progress: A Report of the Surgeon General.
Centers for Disease Control and Prevention (US). https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK294308/
95Valen, H., Becher, R., Vist, G. E., Holme, J. A., Mdala, I., Elvsaas, I.-K. Ø., Alexander, J., Underland, V., Brinchmann, B. C., &
Grimsrud, T. K. (2023). A systematic review of cancer risk among users of smokeless tobacco (Swedish snus) exclusively,
compared with no use of tobacco. International Journal of Cancer, 153(12), 1942–1953.
https://doi.org/10.1002/ijc.34643
96Warnakulasuriya, S., & Straif, K. (2018). Carcinogenicity of smokeless tobacco: Evidence from studies in humans &
experimental animals. The Indian Journal of Medical Research, 148(6), 681–686.
https://doi.org/10.4103/ijmr.IJMR_149_18
97
Mo, R., Zhang, J., Chen, Y., & Ding, Y. (2022). Nicotine promotes chronic obstructive pulmonary disease via inducing
pyroptosis activation in bronchial epithelial cells. Molecular Medicine Reports, 25(3), 92.
https://doi.org/10.3892/mmr.2022.12608
98
Tarasi, B., Cornuz, J., Clair, C., & Baud, D. (2022). Cigarette smoking during pregnancy and adverse perinatal outcomes: A
cross-sectional study over 10 years. BMC Public Health, 22(1), 2403. https://doi.org/10.1186/s12889- 022-14881-4
99
National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion (US) Office on Smoking and Health. (2014).
Reproductive Outcomes. In The Health Consequences of Smoking—50 Years of Progress: A Report of the Surgeon
General. Centers for Disease Control and Prevention (US). https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK294307/
100Pesola, F., Smith, K. M., Phillips-Waller, A., Przulj, D., Griffiths, C., Walton, R., McRobbie, H., Coleman, T., Lewis, S.,
Whitemore, R., Clark, M., Ussher, M., Sinclair, L., Seager, E., Cooper, S., Bauld, L., Naughton, F., Sasieni, P., Manyonda, I., &
Hajek, P. (2024). Safety of e-cigarettes and nicotine patches as stop-smoking aids in pregnancy: Secondary analysis of the
Pregnancy Trial of E-cigarettes and Patches (PREP) randomized controlled trial. Addiction, 119(5), 875–884.
https://doi.org/10.1111/add.16422
101Ussher, M., Fleming, J., & Brose, L. (2024). Vaping during pregnancy: A systematic review of health outcomes. BMC
Pregnancy and Childbirth, 24(1), 435. https://doi.org/10.1186/s12884-024-06633-6
102National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion (US) Office on Smoking and Health. (2016). Health
Effects of E-Cigarette Use Among U.S. Youth and Young Adults. In E-Cigarette Use Among Youth and Young Adults: A
Report of the Surgeon General [Internet]. Centers for Disease Control and Prevention (US).
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK538688/
103Balfour, D. J. K., Benowitz, N. L., Colby, S. M., Hatsukami, D. K., Lando, H. A., Leischow, S. J., Lerman, C., Mermelstein, R. J.,
Niaura, R., Perkins, K. A., Pomerleau, O. F., Rigotti, N. A., Swan, G. E., Warner, K. E., & West, R. (2021). Balancing
Consideration of the Risks and Benefits of E-Cigarettes. American Journal of Public Health, 111(9), 1661–1672.
https://doi.org/10.2105/AJPH.2021.306416
104
Corley, J., Gow, A. J., Starr, J. M., & Deary, I. J. (2012). Smoking, childhood IQ, and cognitive function in old age. Journal of
Psychosomatic Research, 73(2), 132–138. https://doi.org/10.1016/j.jpsychores.2012.03.006
105
Miller, A. P., Baranger, D. A. A., Paul, S. E., Garavan, H., Mackey, S., Tapert, S. F., LeBlanc, K. H., Agrawal, A., & Bogdan, R.
(2024). Neuroanatomical Variability and Substance Use Initiation in Late Childhood and Early Adolescence. JAMA Network
Open, 7(12), e2452027. https://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2024.52027
106
Kardan, O., Weigard, A. S., Cope, L. M., Martz, M. M., Angstadt, M., McCurry, K. L., Michael, C., Hardee, J. E., Hyde, L. W.,
Sripada, C., & Heitzeg, M. M. (2024). Functional Brain Connectivity Predictors of Prospective Substance Use Initiation andTheir Environmental Correlates. Biological Psychiatry: Cognitive Neuroscience and Neuroimaging.
https://doi.org/10.1016/j.bpsc.2024.10.002
107
Newhouse, P., And, A. S., & Potter, A. (n.d.). Nicotine and Nicotinic Receptor Involvement in Neuropsychiatric Disorders.
Current Topics in Medicinal Chemistry, 4(3), 267–282. https://doi.org/10.2174/1568026043451401
108
Mihailescu, S., & Drucker-Colı́ n, R. (2000). Nicotine, Brain Nicotinic Receptors, and Neuropsychiatric Disorders. Archives of
Medical Research, 31(2), 131–144. https://doi.org/10.1016/S0188-4409(99)00087-9
109
Lechner, W. V., Janssen, T., Kahler, C. W., Audrain-McGovern, J., & Leventhal, A. M. (2017). Bi-directional associations of
electronic and combustible cigarette use onset patterns with depressive symptoms in adolescents. Preventive Medicine, 96,
73–78. https://doi.org/10.1016/j.ypmed.2016.12.034
110Kutlu, M. G., Parikh, V., & Gould, T. J. (2015). Chapter Seven—Nicotine Addiction and Psychiatric Disorders. In M. De Biasi
(Ed.), International Review of Neurobiology (Vol. 124, pp. 171–208). Academic Press.
https://doi.org/10.1016/bs.irn.2015.08.004
111Fluharty, M., Taylor, A. E., Grabski, M., & Munafò, M. R. (2017). The Association of Cigarette Smoking With
Depression and Anxiety: A Systematic Review. Nicotine & Tobacco Research, 19(1), 3–13.
https://doi.org/10.1093/ntr/ntw140
112Farooqui, M., Shoaib, S., Afaq, H., Quadri, S., Zaina, F., Baig, A., Liaquat, A., Sarwar, Z., Zafar, A., & Younus, S. (2023).
Bidirectionality of smoking and depression in adolescents: A systematic review. Trends in Psychiatry and
Psychotherapy, 45, e20210429. https://doi.org/10.47626/2237-6089-2021-0429
113Weiger, C., Moran, M. B., Kennedy, R. D., Limaye, R., & Cohen, J. (2022). Beliefs and Characteristics Associated With
Believing Nicotine Causes Cancer: A Descriptive Analysis to Inform Corrective Message Content and Priority Audiences.
Nicotine & Tobacco Research, 24(8), 1264–1272. https://doi.org/10.1093/ntr/ntac060
114
Gendall, P., Popova, L., Thrasher, J., & Hoek, J. (2024). Nicotine beliefs and perceptions of low nicotine labels and
mitigating statements among people who do and do not smoke: A cross-sectional study from Aotearoa New Zealand.
Tobacco Control, tc-2023-058353. https://doi.org/10.1136/tc-2023-058353
115
McNeill, A, Simonavičius, E, Brose, LS, Taylor, E, East, K, Zuikova, E, Calder, R and Robson, D (2022). Nicotine vaping in
England: an evidence update including health risks and perceptions, September 2022. A report commissioned by the
Office for Health Improvement and Disparities. London: Office for Health Improvement and Disparities.
https://bit.ly/3Gj5NhV
116
Steinberg, M. B., Bover Manderski, M. T., Wackowski, O. A., Singh, B., Strasser, A. A., & Delnevo, C. D. (2021).
Nicotine Risk Misperception Among US Physicians. Journal of General Internal Medicine, 36(12), 3888–3890.
https://doi.org/10.1007/s11606-020-06172-8